segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O início de tudo (Parte 1)

 "Era noite, eu estava voltando para casa a pé, escutando música, quando sinto uma mão forte no meu ombro. Viro imediatamente, avisto um homem, o qual não consigo ver o rosto. Ele era alto, carregava uma mochila e estava com as mãos nos bolsos do casaco. A primeira coisa que vem à minha cabeça foi: “Meu Deus, chegou a minha hora. O que eu devo fazer numa hora como essas?? Vou entregar tudo que tenho, até minha vida se ele quiser.”
- Olha, se você quiser, pode me matar aqui e agora, mas por favor, fala pra minha mãe que não foi suicídio. – falo desesperada.
- Que? Não, moça, não é nada disso! Perdão, não queria assustá-la tanto. – disse o estranho, abaixando o capuz, com expressão de culpa.
Poxa, Deus. Até nisso eu falhei? Justo agora que pensei que ia me livrar dessa vida, não posso acreditar nisso.
- Ah, serio? Tarde demais. – digo, fazendo questão de ser bem rude.
Coloco os fones e adianto o passo, o que não adiantou muito. Logo em seguida, senti aquele mesmo toque. Será que ele não vai me deixar em paz? Que droga, depois desse dia eu só queria chegar em casa.
- Desculpa, mas eu só queria uma informação. Podes me dizer onde fica a estação de metrô?? Eu estou totalmente perdido nessa cidade. – disse o estranho, quase entrando em pânico.
- Você vira essa esquina aqui e não tem erro, só seguir reto. – falo, apontando para o lugar.
Eu não podia simplesmente deixa-lo perdido, certo? Eu já fui nova em Salvador um dia e não tive ninguém para me ajudar. O homem agradece inúmeras vezes e vai embora. Finalmente! Um pouco de paz para chorar.
Chego em casa chorando, vou direto para o banho, onde consigo me acalmar um pouco. Vou direto na geladeira procurar alguma coisa pra comer e vou para o computador, o meu lugar precioso. Encontro meus amigos no Skype e vamos jogar algumas partidas de League Of Legends.
- E aí, galera. – digo desanimada.
- Qual foi, Ana? Você parece mais triste que o normal. – diz o Mateus.
- Nada, tirando o fato de que chorei na frente de um estranho, enquanto dizia que poderia me matar, quando na verdade, ele só queria saber onde era o metrô. – disse, num tom de ironia.
- Ué, Cait, você tá tão triste a esse ponto? – disse o Guilherme.
- Você não tem ideia, my lord. – disse, rindo alto. – Onde está o resto da equipe?
- Por enquanto só tem a gente aqui, o Tom disse que só vai poder jogar mais tarde. – disse o Mateus.
- Ah, beleza. Vamos uma agora logo? – falo animada.
- Agora mesmo, minha adc. – disse o Guilherme.
Apesar de não ser tão popular e ter tantos amigos na vida real, aqueles amigos virtuais eram simplesmente maravilhosos. Eu adorava jogar e passar o tempo com eles, sem contar que eles me entendiam mais do que eu mesma. Na vida real, eu só tinha alguns amigos, uns seis, no máximo. Eles eram maravilhosos também, adorava conversar com eles e às vezes sair. "